Duas táticas cirúrgicas que revolucionaram os resultados da mastopexia com prótese: alças musculares e sutiã interno

A mastopexia com prótese é uma das cirurgias plásticas mais realizadas para restaurar a forma, firmeza e projeção das mamas. Com o passar dos anos, novas técnicas cirúrgicas têm sido desenvolvidas para garantir resultados mais naturais, duradouros e harmônicos. Entre essas inovações, duas se destacam por oferecerem avanços significativos: as alças musculares e o sutiã interno.

Essas táticas cirúrgicas transformaram a forma como reposicionamos e sustentamos as próteses mamárias, garantindo melhor definição do colo, maior estabilidade e resultados mais previsíveis ao longo do tempo. A seguir, explicamos como cada uma delas atua e por que são consideradas essenciais nas cirurgias de mastopexia com prótese.


O que são as alças musculares

As alças musculares são formadas a partir do músculo peitoral maior, localizado na região do tórax. Durante a cirurgia, o cirurgião cria uma janela central por onde a prótese de silicone é inserida, mantendo duas “alças” do próprio músculo: uma medial, mais próxima do centro do tórax, e uma lateral, próxima à axila.

Essas alças não são estruturas fixas, mas sim dinâmicas, pois fazem parte do próprio tecido muscular. Isso permite ao cirurgião controlar a posição final da prótese de forma mais precisa.

Por exemplo, se o objetivo for deixar a prótese mais próxima do centro (mais medializada), o cirurgião pode enfraquecer ligeiramente a alça medial e manter a lateral mais firme. Já se for necessário deslocar a prótese um pouco mais para o lado (lateralizar), o ajuste é feito ao contrário: enfraquece-se a alça lateral.


Benefícios das alças musculares na mastopexia com prótese

Essa técnica permite que a prótese fique estável e bem posicionada, especialmente em uma posição mais alta, valorizando o colo e evitando a queda precoce das mamas.
Além disso, como as alças musculares ajudam a sustentar a prótese, é possível utilizar implantes menores, mantendo o mesmo efeito de preenchimento e projeção, sem recorrer a próteses grandes e pesadas.

Próteses menores sofrem menos influência da gravidade com o passar dos anos, o que resulta em uma maior durabilidade e beleza do resultado cirúrgico. Outro ponto positivo é o aspecto mais natural e harmônico, sem exageros ou volumes artificiais.


O papel do sutiã interno

A segunda grande tática que elevou a qualidade dos resultados é o sutiã interno. Essa técnica consiste em uma estrutura de reforço feita com o próprio tecido da paciente, suturado de forma a criar um suporte interno semelhante a um “sutiã”.

O objetivo é sustentar a prótese e o tecido mamário por dentro, fortalecendo a dobra natural da mama, conhecida como sulco inframamário.
Em conjunto com as alças musculares, o sutiã interno mantém a prótese firmemente posicionada, evitando deslocamentos e garantindo uma forma mais estável ao longo do tempo.


Vantagens do sutiã interno

Além da sustentação, o sutiã interno permite corrigir pequenas assimetrias entre as mamas. O cirurgião consegue ajustar detalhes de altura, forma e projeção, tornando o resultado final mais equilibrado e esteticamente agradável.

Outra vantagem importante é a possibilidade de elevar o sulco inframamário. Isso é especialmente útil em pacientes com mamas naturalmente baixas ou com implantação inferior.
Ao reposicionar o sulco, é possível criar uma silhueta mais alongada, o que traz a impressão de um abdômen mais longo e uma proporção corporal mais harmoniosa — ideal para mulheres de baixa estatura ou com tórax curto.


Resultados mais duradouros e previsíveis

A combinação das alças musculares com o sutiã interno oferece um suporte anatômico muito mais eficiente para a prótese mamária. Essa dupla estrutura distribui melhor o peso do implante, reduz o risco de deslocamento e previne a queda precoce.

Com isso, o resultado cirúrgico torna-se mais previsível, duradouro e esteticamente superior. Além disso, o colo pode ser mais bem definido com o uso de próteses menores, preservando a leveza e naturalidade da mama.


Conclusão

As alças musculares e o sutiã interno representam um avanço significativo na mastopexia com prótese. Juntas, essas técnicas permitem ao cirurgião realizar ajustes precisos, oferecer resultados mais firmes, simétricos e duradouros, e ao mesmo tempo manter a naturalidade e o equilíbrio estético.

Mais do que uma evolução técnica, essas estratégias simbolizam um novo conceito de cirurgia plástica mamária — aquele em que a forma, a sustentação e a delicadeza caminham lado a lado para proporcionar o melhor resultado possível.